quinta-feira, 7 de janeiro de 2010

01/12 /2009 – 15ª OFICINA – GESTAR II

Iniciamos a aula com uma técnica de sensibilização. Durantes os relatos das aplicações, novas formas de trabalhar sugiram. Dentre os relatos apresentados, achei bastante interessante o da professora Sonia.
Ela nos relatou que, a partir do Avançando na prática página 17 da TP1, trabalhou com o jornal na sala de aula, aliás um recurso muito valioso disponível nas escolas da rede. Ela disse que iniciou a aula transmitindo à turma a notícia de um assalto ocorrido em Novo Hamburgo. Todos os alunos, muito interessados, leram a notícia. No momento seguinte, questionou os alunos sobre como são efetuados os assaltos e sugiram muitos comentários sobre violência. Depois, escreveu no quadro o título de um texto: “Duplo assalto” do autor Mano Nunes e mais comentários surgiram.
Foi feito a leitura do texto, estudo do vocabulário com pesquisa de palavras no dicionário, compreensão, estudo da linguagem culta e coloquial e o discurso direito. Após a correção das atividades, os alunos elaboraram uma descrição, fisica e psicologica, dos personagens existentes no texto.
Em seguida, realizaram uma dramatização do fato, observando a ação, a reação, a entonação da fala e a postura. Eles ensaiaram e apresentaram ao grande grupo de diferentes formas.
Para finalizar, os alunos transformaram o texto “Duplo assalto” em notícia de jornal. Eles observaram a forma do texto, o objetivo e o discurso usado.
Após as professoras cursistas trocarem ideias e materiais, realizamos a atividade da oficina 1 unidade 2 – páginas 169, 170 e 171.

DUPLO ASSALTO

Cena: uma esquina escura. Homem parado no meio da rua. Chegam dois assaltantes, vindos um de cada lado, armados e falando
quase ao mesmo tempo.
Os dois (em quase uníssono): Mãos ao alto!
Homem (levantando os braços): Oh!
Assaltante 1: Um momento, colega. Eu cheguei primeiro.
Assaltante 2: O colega está equivocado.
Quem chegou primeiro fui eu.
Assaltante 1: Não é verdade. Quando eu acabei de dizer "ao alto", o senhor ainda estava em "mãos".
Assaltante 2: Absolutamente. Eu
trabalho dentro da maior ética. Jamais roubei clientes de um colega.
Assaltante 1: Eu invoco o testemunho do cliente. (Para o homem:) O senhor, que tem uma aparência de pessoa honesta. Quem lhe apontou primeiro a arma?
Homem: Os senhores me desculpem, mas eu não gosto de dar palpite no trabalho dos outros.
Assaltante 2: Colega, o cliente está sendo retido desnecessariamente.
Assaltante 1: Culpa sua. Se não fosse o colega, o cliente já teria sido atendido, despachado e já estaria a caminho de casa. (Para o homem:) Pode abaixar os braços.
Homem (abaixando os braços): Obrigado.
Assaltante 2: Então, como vamos resolver esse impasse?
Homem: Posso dar uma sugestão? Eu estou com duzentos na carteira. Cem para cada um.
Assaltante 1: Não, senhor, eu não trabalho com abatimento.
Assaltante 2: Eu também não. É tudo ou nada. Sem desconto.
Assaltante 1: Então não tem assalto.
Assaltante 2: Não tem assalto. (Para o homem:) O senhor está liberado. Boa noite.
Assaltante 1: Boa noite. (Saem cada qual para seu lado)
Homem (aliviado): É por isso que eu digo: quanto mais ladrão, melhor.

(Max Nunes. O pescoço da girafa. São Paulo, Companhia das Letras, 1997. p. 11-13

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